Trabalhando em equipe

Muita gente já deve ter dado boas risadas com vídeos de casamento nos quais o convidado se posiciona na frente do fotógrafo bem no momento da entrada da noiva. Teve até quem caísse em cima da decoração. Mas além de atrapalhar uma das fotos mais importantes do álbum, certamente a situação deixou a noiva constrangida. O que podemos aconselhar é: não seja essa pessoa. Isso porque os noivos contrataram fotógrafos e cinegrafistas especializadas para registrar o momento.

E todos eles trabalham em sintonia, organizados de tal forma que um não interfira no movimento do outro. “Como as máquinas hoje têm um bom alcance, o fotógrafo não acompanha mais a noiva na entrada, justamente para não atrapalhar o cinegrafista. A gente faz as fotos da entrada posicionados no altar. Mas se o convidado invade o corredor com o braço esticado, com o celular em mãos, ele atrapalha a foto profissional”, alertou Bruno César, lembrando que, certa vez, uma amiga da noiva acabou prejudicando a movimentação dele e aparecendo em algumas fotos importantes do casal.

“Ela tinha uma máquina semiprofissional e parecia uma sombra atrás de mim. Algumas fotos não ficaram legais. Depois disso, eu criei uma cláusula no contrato avisando que na área comum do fotógrafo é proibida a permanência de outras pessoas que não façam parte da equipe. Essa é uma questão debatida por muitos fotógrafos. Teve colega que perdeu o beijo no altar porque um padrinho posicionou um tablet bem na frente do fotógrafo, assim como na foto a cima, de Joel Garcia (Filipinas). Mas na hora da festa, por exemplo, não há muito o que fazer porque são dez, vinte pessoas disputando o espaço com o fotógrafo”.

No altar, principalmente, a equipe não pode ser egoísta. “Quando a equipe é formada por profissionais que já têm experiência, cada um sabe como se comportar. As equipes de fotografia e filmagem são formadas, geralmente, por três profissionais cada uma. Isso porque também temos os assistentes de iluminação. No altar o espaço costuma ser limitado e, às vezes, são seis ou sete pessoas. Então, temos um cuidado especial para que um não saia na imagem do outro. Quando um finaliza um ângulo, outro assume. Precisamos ser ágeis”, explicou Bruno.

Mas então os convidados não podem registrar o momento? Podem sim!. “É até legal que as pessoas fotografem, filmem. Até porque esses registros vão para as redes sociais antes das fotos oficiais. Mas o convidado precisa ter a consciência que os profissionais têm prioridade. Só tente fazer fotos ou vídeos do lugar que estiver e não invadir o espaço dos profissionais que estão sendo pagos para isso. É algo que a cerimonialista pode ficar atenta”, sugeriu. Justamente por isso, a experiência do cerimonial também conta.

“Mas algumas cerimonialistas costumam interferir no trabalho do fotógrafo, sugerindo poses e querendo dizer ao fotógrafo o que fazer. O ideal é que o cerimonial evite fazer isso, esses pequenos erros. Porque cada um sabe o que está fazendo. Certa vez, uma cerimonialista me impediu de fazer mais fotos do casal. Depois percebi que ela me atrapalhou de pirraça porque o contrato não foi fechado com um fotógrafo amigo dela”, comentou Bruno. Ou seja, fica a dica para os noivos: observem o entrosamento da equipe para garantir os melhores registros!

Texto: Janaína Cruz (DRT 857/SE)