Imagem capa - Noivos tímidos: e agora? por Bruno César Fotografia Profissional
Foco no Casamento

Noivos tímidos: e agora?

Uma das fotos mais emblemáticas da infância da minha irmã é segurando um danone. Foi um artifício usado pela minha mãe para que o fotógrafo conseguisse fazer algumas fotos sem que ela estivesse chorando. Não importa se adulto ou criança, a realidade é que muita gente não gosta de ser clicado. Mas o que o fotógrafo deve fazer quando está sendo pago para registar um momento – seja casamento, 15 anos ou um ensaio – mas o cliente é tímido?


“Eu procuro tranquilizar a pessoa. Digo que é normal ficar tímido até para quem já tem costume de ser fotografado. Por isso, busco sempre iniciar a sessão de forma leve e mais báscia. As pessoas vão se soltando e, normalmente, as últimas fotos acabam sendo as melhores”, esclareceu Bruno César, lembrando que entre os casais, geralmente, o noivo é mais tímido.


Nessa situação, o ensaio começa com fotos mais posadas. “Depois, vou estimulando o casal a interagir, respeitando, lógico, o estilo de cada um. Mas a gente brinca bastante, peço para um falar coisas no ouvido do outro, correr, rodar, pegar no colo. Sou muito comunicativo, não gosto de trabalhar de forma robótica. E isso acaba contagiando o casal. Aí, por mais que o noivo seja tímido ou não goste de fotos, ele vai se soltando”, contou Bruno.


Quando um é mais tímido, porém o outro extrovertido, acaba ficando fácil fazer o ensaio. “Eu começo estimulando mais o extrovertido e o tímido vem junto. O cuidado que eu tenho é o de registrar o que eles são, sem poses forçadas. Porque tanto o casal quanto quem os conhece saberá que determinada pose não reflete a essência deles. É algo que a gente aprende a dosar com o tempo. A foto tem que ser verdadeira, transmitir o que cada um é. Essa é a beleza do nosso ofício”, opinou o fotógrafo.


Escolher a locação adequada também é importante quando o fotografado é tímido. “Nesse caso, geralmente, os noivos procuram ambientes mais isolados, como praia e chácaras. Não optam por lugares com muito movimento, com gente passando e olhando. Já no dia do casamento é inevitável, e até meio assustador para quem é tímido, ser o centro das atenções. Nesse caso, exploro ambientes mais intimistas, como o local do bolo, e procuro ser o mais rápido possível para evitar que eles fiquem envergonhados”, enfatizou Bruno.


O que não dá para permitir, mesmo entre os tímidos, é que momentos tão importantes deixem de ser registrados. “Apesar de estarmos numa era digital, acredito que o álbum impresso ainda tem o seu valor porque propicia uma sensação completamente diferente. Eu gosto muito de fazer a entrega do álbum justamente para ver as reações e o que tenho testemunhado são momentos de muita emoção. As fotos organizadas numa sequência cronológica, a arte da capa, o nome deles, são detalhes que valorizam o acabamento final e suscitam uma sensação indescritível de ter aquele momento eternizado”, garantiu o fotógrafo.


Texto: Janaína Cruz (DRT 857/SE)